quinta-feira, 29 de março de 2012

Rio+20

   Desde a Rio-92, o tema do desenvolvimento sustentável ocupa lugar central na política externa brasileira. A proposta do país de sediar a Rio+20 se enquadra nessa prioridade, ao criar oportunidade para que todos os países das Nações Unidas se reúnam, mais uma vez no Rio de Janeiro, para discutir os rumos do desenvolvimento sustentável para os próximos vinte anos.

   Na qualidade de Presidente da Conferência, o Brasil será responsável pela coordenação das discussões e trabalhará para a formação de consensos e adoção de decisões concretas que visem ao objetivo do desenvolvimento sustentável. 

   Como país-membro das Nações Unidas, o Brasil apresentou ao Secretariado da Conferência sua contribuição nacional ao documento-base que dará início ao processo negociador dos documentos da Rio+20.
   É especial o significado de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável no Rio de Janeiro. Como sede da Cúpula da Terra, que consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável em 1992, o Rio de Janeiro é o local ideal para realização da Rio+20, que apontará os caminhos futuros do desenvolvimento. O legado da Rio-92 – principalmente a Declaração do Rio, a Agenda 21, a Convenção Quadro sobre Mudança do Clima e a Convenção sobre Diversidade Biológica - estarão associados para sempre à lembrança da intensa participação da sociedade civil em debates da ONU, gerando o que se chamou de  “espírito do Rio”

terça-feira, 27 de março de 2012

Áreas de proteção marinhas ajudam a preservar espécies, diz estudo


Ecologistas da Nova Zelândia apontaram pela primeira vez que as áreas de proteção marinha, criadas para defender mamíferos aquáticos ameaçados de extinção, realmente funcionam.
O estudo feito com base em monitoramento realizado por 21 anos, e publicado nesta semana no "Journal of Applied Ecology", da Sociedade Ecologica Britânica, revela que um santuário marinho na costa de Christchurch melhorou significativamente a sobrevivência dos golfinhos-de-Hector (Cephalorhynchus hectori), cetáceo considerado um dos mais raros do mundo.
O levantamento foi feito no santuário marinho criado em 1988, que cobre 1.170 km² de mar ao largo do Sul da Ilha da Nova Zelândia. O objetivo dele era evitar que golfinhos fossem mortos ao se emaranharem nas redes de pesca.
Fêmea de golfinho de Hector nada no mar da Nova Zelândia (Foto: Copyright Steve Dawson)
Entre os anos de 1986 e 2006, os pesquisadores fizeram fotos de identificação de 462 golfinhos-de-Hector e passaram a estudar suas formas de sobrevivência.
De acordo com Liz Slooten, da Universidade de Otago, foi possível identificar os mamíferos aquáticos a partir de cicatrizes de batalha - que vão desde pequenos cortes fora da nadadeira dorsal a grandes cicatrizes por ataques de tubarão.
Os resultados mostraram que a sobrevivência do golfinho aumentou em 5,4% na área de proteção. De acordo com Liz, o estudo fornece a primeira evidência de que áreas marinhas protegidas são eficazes na proteção de mamíferos marinhos ameaçados.

Doenças graves afetam golfinhos que vivem no Golfo do México, nos EUA


Golfinho (Foto: Ste  Elmore/Flickr - Creative Commons, by)Exemplares de golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) que vivem na Baía Barataria, no estado norte-americano da Louisiana, apresentam sinais de doenças severas de acordo com especialistas da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês).
A região, localizada no Golfo do México, foi uma das mais atingidas pela "maré negra", causada por vazamento de petróleo do fundo do mar após acidente com a plataforma Deepwater Horizon, da companhia britânica BP, ocorrido em 2010.
Com base em exames médicos realizados em 32 golfinhos no ano passado, resultados preliminares mostraram que a maioria está com o peso abaixo do normal, apresentam anemia, baixo teor de açúcar no sangue e sintomas de doenças hepáticas ou pulmonares.
Quase metade dos mamíferos aquáticos avaliados também tiveram alterações no nível de hormônios que ajudam na resposta ao estresse, metabolismo e função imunológica.  De acordo com os biólogos, há risco de morte para esses animais – um dos espécimes analisados morreu em janeiro de 2012.
Os especialistas afirmam que os golfinhos podem ter sido expostos ao petróleo derramado por meio da inalação, ingestão ou mesmo ação do produto sobre a pele. Além disso, órgãos internos desses animais podem ter sido afetados devido à ingestão de alimentos contaminados.

Investigação sobre encalhe
Outro estudo feito pelos pesquisadores da NOAA é sobre o encalhe de golfinhos no norte do Golfo do México (da área que vai da Flórida até a fronteira entre os estados da Louisiana e Texas).
Desde fevereiro de 2010, mais de 675 golfinhos encalharam na região, uma taxa elevada à média habitual de 74 animais por ano, segundo a instituição.
A grande maioria dos animais encalhados estava morta (apenas sete foram encaminhados para reabilitação). Tal fato levou a instituição a declarar "Evento de Mortalidade Incomum", o que culminou em um processo de investigação.
Acidente
A explosão da plataforma Deepwater Horizon ocorreu em abril de 2010 e causou o vazamento de 4,9 milhões de barris de óleo (780 milhões de litros), segundo o governo americano. Apenas 10% do óleo que vazou atingiu a costa. Entretanto, a chamada "maré negra" atingiu 1.600 km do litoral da Flórida, Mississipi e Alabama.

Museu de História Natural de Londres expõe tesouros de concurso de fotos


O Museu de História Natural de Londres selecionou algumas das melhores imagens do seu tradicional concurso Wildlife Photographer of the Year, que existe há décadas. Esta imagem, intitulada "Cruzamento Zebra", foi feita na Tanzânia pela fotógrafa britânica Anup Shah. O objetivo dela era mostrar como as formigas veem os animais. (Foto: Anup Shah)
O Museu de História Natural de Londres selecionou algumas das melhores imagens do seu tradicional concurso Wildlife Photographer of the Year (Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano), que existe desde 1964. A competição premia fotógrafos que retratam a natureza.
No total, 80 fotos estão sendo exibidas em uma mostra do museu intitulada Wild Planet (Planeta Selvagem). Todas as imagens, que foram selecionadas pelo zoólogo Chris Packham, foram premiadas em edições passadas do concurso.
A exposição no prédio do Museu abriu na sexta-feira passada e ficará em cartaz até o final de setembro. As legendas das fotos trazem uma breve explicação sobre como os fotógrafos fizeram para capturar as imagens.

Edwin Giesbers enfrentou uma forte chuva quando decidiu fotografar cogumelos próximos à sua casa, na Holanda. "Eu percebi este cogumelo e depois vi que havia um sapo", conta ele. "Eu me aproximei muito lentamente e usei uma velocidade baixa da câmera para mostrar a chuva".  (Foto: Edwin Giesbers)
Rinocerontes pretos, uma espécie ameaçada de extinção, são criaturas solitárias, segundo o fotógrafo sul-africano Wynand du Plessis. Mas na Namíbia, ele encontrou vários rinocerontes do tipo que se relacionavam bem entre si e com outros animais.  (Foto: Wynand du Plessis)
Estes peixes estão comendo algas e parasitas da casca e da pele de uma tartaruga. A foto foi tirada por Andre Seale, que capturou as imagens no Havaí. Este comportamento ajuda tanto a tartaruga a ficar mais limpa e saudável, como fornece refeição aos peixes. (Foto: Andre Seale)

Governo vai monitorar 52 cidades que mais desmataram o Cerrado


Baixa Grande do Ribeiro, no Piauí, e outras 51 cidades de cinco estados diferentes entraram na lista dos municípios que mais desmatam o Cerrado e, por causa disso, serão alvo de vigilância e medidas de recuperação de áreas degradadas.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (26) pelo Ministério do Meio Ambiente, que publicou portaria identificando as cidades prioritárias no monitoramento e controle do desmatamento ilegal no bioma. O Maranhão é o estado com o maior número de municípios na lista: 20, seguido pela Bahia e por Tocantins.
Segundo o governo, o ritmo de corte da vegetação nativa tem sido mais acelerado do que na Amazônia. O desmatamento alcançou 48,5% do bioma, acompanhando o avanço da fronteira agrícola na região.
De acordo com o diretor de combate ao desmatamento do MMA, Mauro Pires, as motosserras na região agem em nome da produção de carvão, da pecuária e da chamada lavoura branca, que inclui o plantio de soja, algodão e arroz.
Em setembro passado, o MMA divulgou que o Cerrado brasileiro teve uma área desmatada de 6.469 km² entre 2009 e 2010. O número equivale a uma redução de 15,3% em relação à medição anterior (2008-2009), quando o bioma perdeu 7.637 km² de área.
Carvão produzido com madeira de cerrado é vendido mais caro. (Foto: Vianey Bentes/Rede Globo)

Em alerta
A lista com as 52 cidades desmatadores concentram  44% da devastação registrada no bioma, embora representem pouco mais do que 3% do número total de cidades do Cerrado, onde o corte de vegetação passou a ser monitorado por satélites desde 2008.
Diferentemente do que ocorreu com a lista de municípios prioritários da Amazônia para o combate ao desmatamento, os municípios do Cerrado não terão suspensas novas autorizações de corte da vegetação nativa nem corte do crédito.
Embora já tenha alcançado quase metade do bioma, o desmate na região está longe de atingir o limite legal, definido pelo Código Florestal: de 65%, na Amazônia Legal, e de 20% no restante da área do bioma.
"Trata-se de um desafio a mais, na Amazônia é mais simples", reconheceu Mauro Pires, insistindo em que o objetivo do governo é manter áreas de vegetação nativa e recuperar áreas degradadas.
Análise
Os critérios para a entrada da lista de municípios prioritários do Cerrado foram dois: o desmatamento de mais de 25 km² entre 2009 e 2010 e o registro mais de 20% de vegetação nativa remanescente.
Atualmente a lista de municípios prioritários da Amazônia reúne 48 cidades e, para sair dela, os municípios têm de reunir mais de 80% das propriedades com registro no Cadastro Ambiental Rural, além de reduzir o desmatamento a menos de 40 quilômetros quadrados no ano.
A cidade piauiense de Baixa Grande do Ribeiro foi a que mais desmatou o Cerrado, de acordo com os dados oficiais mais recentes. Em um ano, perdeu 394 km² de vegetação nativa ou 5% da área do município. É seguido no ranking por Urucuí, no mesmo estado, Formosa do Rio Preto e São Desidério, na Bahia, e Mateiros, em Tocantins.
Fonte

terça-feira, 20 de março de 2012

Setor de energia limpa pressiona UE a criar novas metas de corte de carbono

Oito grandes empresas de energia pediram que a União Europeia se apresse para entregar metas obrigatórias de energia limpa para 2030. Elas dizem que a indústria precisa de orientações além da política já existente, para obter uma economia de baixo carbono. A UE tem um conjunto de metas para cortar as emissões de carbono em 20% até 2020, aumentar a participação de fontes renováveis na matriz de energia para 20% e melhorar a eficiência energética em 20%.
Os planos da UE dão indicações gerais, mas não estabelecem nenhuma política para depois de 2020. Firmas de energia argumentam que isso atrasa a tomada de decisões, especialmente em um setor de investimento de longo prazo como o energético.
"Novas medidas políticas ambiciosas para depois de 2030 são fundamentais para que os investidores desenvolvam e implantem tecnologias e soluções para o futuro", afirma carta conjunta enviada pelo setor para a Comissão Europeia e governos europeus.
Para limitar o aquecimento global por meio do corte de emissões de carbono, formuladores de políticas europeus consideram que é necessário avançar no sentido de uma produção energética livre de carbono até 2050.
O conjunto de metas para 2020 é uma combinação de metas vinculativas e não vinculativas. Apenas as metas obrigatórias estão sendo atingidas. No ritmo atual, a UE só deve atingir metade de suas metas de cortar emissões em 20%Fonte

Mudanças climáticas podem piorar casos de doenças respiratórias

Que a fumaça dos carros e indústrias nas cidades grandes faz mal aos pulmões não é nenhuma novidade. Porém, os médicos estão cada vez mais preocupados com os efeitos indiretos da poluição na saúde.Um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista da Sociedade Torácica Americana alerta para o crescimento de doenças relacionadas principalmente ao aquecimento global. O artigo é assinado por especialistas não só dos EUA, mas também da Europa, da Ásia e da África.


Uma das ameaças é o aumento da quantidade de material particulado no ar, que pode fazer crescer o número de casos de asma. Esse tipo de poluição tende a crescer com a fumaça das queimadas e com as tempestades de areia causadas pelo avanço da desertificação.
O aquecimento também serve para espalhar problemas típicos de regiões quentes. Um bolor típico da América Central – que provoca alergia e asma – já foi visto até no Canadá. Na Europa, doenças infecciosas do Mediterrâneo, no sul do continente, já chegaram à Escandinávia, no norte.


Outro risco é a maior ocorrência de desastres naturais como furacões e enchentes. Esses eventos levam a epidemias de doenças infecciosas, com sérias consequências para a saúde pública.


“Nossa maior preocupação é com as crianças, os idosos e outras populações sensíveis. Eles serão os primeiros a experimentar os sérios problemas de saúde relacionados à mudança climática”, afirmou Kent Pinkerton, um dos autores do estudo, em material divulgado pela Universidade da Califórnia, em Davis (EUA), onde ele trabalha.
Fonte

Flor-cadáver dos EUA desabrocha e atrai visitantes em universidade


Floresceu no fim da tarde deste domingo (18) o exemplar de flor-cadáver (Amorphophallus titanum) mantido por biólogos em uma estufa da Universidade Cornell, dos Estados Unidos.
Visitantes e pesquisadores acompanharam o fenômeno raro, que foi gravado e transmitido ao vivo pela internet desde o último dia 13, quando a planta começou a desabrochar.

Flor-cadáver dos EUA (Foto: Reprodução) 


Nativa da Indonésia, a espécie recebeu este nome devido ao forte odor que emite após a abertura de suas pétalas. Seu florescimento demora dias e é considerado um fenômeno raro. Isto porque um exemplar de flor-cadáver só passa por esse processo após um período mínimo de dez anos de cultivo.
Na transmissão é possível ver a movimentação de pessoas curiosas com o vegetal, que pode chegar a pesar até 200 kg. Antes, apenas biólogos ficavam no local realizando anotações e regando a planta.

Foto feita no espaço mostra águas azuis do Rio Paraná, entre SP e MS

Imagem mostra o Rio Paraná, em tons azul, e o Rio Verde, de cor marrom, na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraná (Foto: M. Justin Wilkinson, Jacobs/ESCG at NASA-JSC) 

Visto do espaço, o Rio Paraná, na divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, é uma longa extensão azul. Em foto tirada por um astronauta da Estação Espacial Internacional e divulgada nesta segunda-feira (19) pela Nasa, as águas do Paraná chamam a atenção pelas cores e pela longa área alagável nas suas margens.
A planície afetada pelas cheias do rio atinge uma extensão de até 11 km e aparece em verde escuro. Nela, é possível ver listras que acompanham o curso do Rio Paraná. Também são registradas na imagem propriedade rurais e uma rodovia, vista como uma estreita e longa reta no lado esquerdo da foto.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Apenas 0,17% dos resíduos sólidos coletados no Recife são reciclados


Cerca de 2 toneladas de lixo são produzidas diariamente no Recife (Foto: Luna Markman/G1)   Na semana do aniversário de 475 anos do Recife, comemorado no dia 12 de março, o G1 circulou pela cidade e registrou uma enorme quantidade de lixo, que suja ruas, entope bueiros e mancha cartões postais. De acordo com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), cerca de 2 mil toneladas de lixo são produzidas diariamente na capital pernambucana. 
   Com uma população de 1,5 milhão de pessoas, a conta dá, aproximadamente, 1,3 kg de lixo per capita todo dia – índice que está perto da média brasileira, que é de 1 kg.
Não é só o recifense que produz a sujeira. Muita gente trabalha na capital e dorme em outra cidade, deixando aquele copo de suco, papel do bombom, folheto de propaganda no chão. Ainda por cima, o lixo é mal aproveitado. O último levantamento da Emlurb aponta que só 0,17% dos resíduos sólidos coletados são reciclados.

Fonte


 

Crocodilos têm a mordida mais forte do reino animal, dizem cientistas


Análise realizada por pesquisadores da Universidade do Estado da Flórida, dos Estados Unidos, em 23 espécies de crocodilos e jacarés vivos comprovou que a mordida desses répteis é a mais forte do reino animal.
A característica seria herança de parentes crocodilianos pré-históricos, cuja mordida era quase duas vezes mais potente que a de um dinossauro Tiranossauro-Rex.
Os resultados foram publicados na última semana em artigo científico da revista “PLoS ONE”. Segundo os autores do estudo, a força da mordida foi medida, juntamente com a pressão dos dentes, em exemplares adultos maduros.
Mandíbula de espécie de crocodilo (Foto: Divulgação)

domingo, 18 de março de 2012

China tenta salvar baleias encalhadas


Autoridades estão tentando salvar baleias cachalotes que ficaram encalhadas em águas rasas da costa da província chinesa de Jiangsu, informou a CCTV neste sábado (17).
As quatro baleias foram localizadas por pescadores na manhã de sábado em uma salina próximo à cidade costeira de Yancheng.
Eles chamaram ajuda das autoridades, e uma grande operação para salvar os animais começou.
A maré deu algum alívios às baleias, cobrindo-as parcialmente de água.
No entanto, duas delas não resistiram e morreram.
As autoridades ainda tentavam devolver ao mar as outras duas baleias, que têm cerca de 20 metros de comprimento e pesam 30 toneladas casa.

Marinha identifica 1 km de mancha em área de novo vazamento no RJ




Um inspetor naval da Capitania dos Portos do Rio realizou um sobrevoo na sexta-feira (17) sobre a área do novo vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, na costa norte do estado, e identificou, segundo a Marinha, uma "tênue" mancha de óleo com cerca de 1 km. Em nota, a Marinha informou que o novo incidente foi a cerca de 130 km da costa.


Para o Ibama, a nova mancha de óleo pode ser decorrente do vazamento de 2011.


Além da Marinha, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) continuam acompanhando, de forma coordenada, o novo vazamento. Desde o dia 4 de março, a Marinha realiza sobrevoos na região e reforça o patrulhamento.


Na sexta-feira (16), o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que vai processar criminalmente a Chevron pelo novo vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, na costa norte do Rio de Janeiro. Segundo o MPF, o procurador da República em Campos Eduardo Santos de Oliveira vai responsabilizar ainda todos os envolvidos. A assessoria, no entanto, não especificou quais seriam eles. A denúncia criminal deve ser protocolada na Justiça nos próximos dias.
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Espécie amazônica libera líquido com toxinas que alcança até dois metros. Alvo do sapo é atingir mucosa dos olhos e da boca.

Pesquisadores do Instituto Butantan, descobriram que a espécie de sapo Rhaebo guttatus, , pode ser o primeiro anfíbio que apresenta táticas de autodefesa ao esguichar veneno nos predadores para causar neles infecções graves. 

Esta diferença foi notada por especialistas de diversas universidades. Eles perceberam que este anfíbio faz movimentações corporais que comprimem glândulas nas costas e liberam jatos de venenos que podem atingir até dois metros de distância.

De acordo com Carlos Jared, o alvo principal do veneno são os olhos ou a boca, já que seu conteúdo só interage com a mucosa que leva as toxinas para a corrente sanguínea. 

“É uma coisa fora dos padrões dos anuros. As outras espécies de sapos só liberam veneno quando são ‘mastigados’ por presas. E já o Rhaebo guttatus encontrado na Amazônia o esguicha com precisão”, disse Jared. 

Entretanto, seu grau de letalidade é 30% menor ao dos venenos de outros exemplares que podem até causar a morte dos predadores. “A intenção deste sapo é dar um ‘chega pra lá’ nas presas. No ser humano não sabemos qual é o efeito, já que nunca houve casos de contaminação”, explica.


Folclore


O pesquisador afirma que esse fato explicaria o folclore de que as pessoas tinham que tomar cuidado com os sapos, porque eles soltariam jatos nos olhos.


"Isto pode ter vindo da época do descobrimento da região amazônica, há séculos. Mas isso só faz sentido se for na área de floresta, já que esta espécie perde as propriedades de ataque se for mantida em cativeiro", explica.


Veneno como medicamento


Jared afirma que essa característica foi descrita por brasileiros na publicação científica “Amphibia-Reptilia”, 200 anos depois da espécie ter sido descoberta.


Ele afirma que o veneno da espécie é composto por substâncias como esteróides e lipídeos, bem diferente das toxinas encontradas em outros anfíbios. Além disso, o líquido liberado pelo Rhaebo guttatus pode auxiliar cientistas no combate a fungos.


“Ele tem uma propriedade ativa de fungicida por andar no chão da floresta. A médio prazo, pretendemos desenvolver uma fórmula de medicamento contra esse tipo de inflamação”, diz.


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sexta-feira, 16 de março de 2012

Olho do tamanho de bola de basquete ajudaria lula gigante a fugir de baleia

Olho do tamanho de bola de basquete ajuda lula gigante a perceber aproximação de predadores (Foto: Divulgação / NTNU Museum of Natural History and Archeaology / Wikimedia Commons) 

Lulas gigantes tem olhos do tamanho de uma bola de basquete para fugir de predadores maiores, como as baleias cachalotes. A conclusão é de um estudo publicado nesta quinta-feira (15) na revista científica "Current Biology".
Segundo os pesquisadores, os olhos enormes são capazes de captar mais luz e de detectar pequenas diferenças de contraste na água turva do oceano profundo. Deste modo, seria possível perceber a aproximação da cachalote, já que ela agita microorganismos bioluminescentes presentes na água.
"A predação por baleias grandes e com dentes levou ao surgimento de gigantismo nos olhos destas lulas", afirmou Sonke Jonhsen, biólogo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, responsável pelo estudo.
A luz emitida por estes microorganismos seria percebida pela visão poderosa da lula gigante a uma distância de até 120 metros. No entanto, antes mesmo deste ponto, o sonar da cachalote já seria capaz de detectar o molusco. Por isso, enxergar bem ajudaria a lula a planejar uma fuga.
Para chegar à conclusão, a equipe de cientistas analisou o tamanho dos olhos da lula gigante, a claridade da água e a quantidade de luz disponível nas profundidades onde o molusco é encontrado - entre 300 e 1000 metros.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Menor espécie de sapo do Brasil é registrada no ES, diz pesquisadora


O menor sapo do Brasil mede entre entre 7 e10 milímetros de comprimentro (Foto: Renata Pagotto/ Divulgação)   A menor espécie de sapo do Brasil, e segunda do Hemisfério Sul, foi encontrada pela primeira vez no Espírito Santo, na região conhecida como Serra das Torres, em Atílio Vivacqua, no Sul do estado, e registrada pela pesquisadora do Programa de doutorado em Ecologia e Evolução da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Jane de Oliveira. O animal raro, já visto na Mata Atlântica carioca, fará parte de uma publicação cientifica em abril.
   Segundo a pesquisadora, a espécie mede entre 7 e10 milímetros de comprimento, ou seja, o sapo caberia com sobra em uma moeda de cinco centavos. “Durante o curso de Mestrado, eu e a minha equipe encontramos uma espécie de anfíbio, o Brachycephalus didactylus, um morador do chão das florestas, que é possivelmente o menor animal vertebrado do Brasil e um dos menores do mundo”, conta.
   Feliz com a descoberta, Jane de Oliveira chama a atenção para a importância do Espírito Santo para a ciência nacional. “Fazer o registro de uma espécie, com a ecologia ainda praticamente desconhecida para a ciência, no Espírito Santo, mostra o quanto este estado é importante biologicamente. Uma área devastada pode ser sinônimo da perda de dezenas de espécies, desconhecidas neste estado e mesmo para a ciência”, diz a pesquisadora.


terça-feira, 13 de março de 2012

Europa propõe reduzir gases emitidos na agricultura e silvicultura

Redução de emissões, causada pela crise econômica, ficou abaixo do que se esperava (Foto: reprodução)A Comissão Europeia informou nesta segunda-feira que vai tentar reduzir as emissões de gases de efeito estufa produzidos pela agricultura ou pela silvicultura, propondo que se inicie uma harmonização das regras para a contagem dessas emissões.
"Este é um primeiro passo para dar conta desses setores nos esforços de redução dos gases de efeito estufa, que causam o aquecimento global”, afirmou a comissária para o clima da União Europeia, Connie Hedegaard.
A proposta prevê que cada país integrante da UE adote planos de ação para limitar ou reduzir as emissões e manter ou aumentar a capacidade de absorção de CO2 de florestas e solos em todo o bloco. O projeto da Comissão inclui as emissões de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N20).
Florestas e terras agrícolas cobrem mais de três quartos do território da UE e possuem grandes reservas de carbono, que podem ser liberados para a atmosfera.
De acordo com a comissão, se aumentassem as reservas de carbono "preso" em apenas 0,1%, melhorando a gestão das florestas e pradarias, seria possível compensar as emissões atmosféricas anuais de 100 milhões de automóveis.
A União Europeia se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 20% até 2020, na comparação com o envio de gases registrado em 1990. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), em 2010 houve novo recorde de emissões no mundo.
Fonte

Espécie de perereca é imune a fungo mortal para anfíbios

Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (12) pela revista da Academia Americana de Ciências (PNAS) afirma que as pererecas-do-pacífico (Pseudoacris regilla) são potentes transmissoras de uma doença mortal para os anfíbios, que já dizimou mais de 200 espécies em todo o mundo.
O animal endêmico dos Estados Unidos sobrevive ao fungo chytridiomycosis, causador da doença quitridiomicose, considerada a maior ameaça à biodiversidade vertebrada. Agora, o que os pesquisadores querem é entender como essas pererecas não são impactadas pela infecção e encontrar pistas para evitar a propagação da enfermidade.
Biólogos que estudam o impacto da doença desde 2003 e descobriram que o fungo havia também contaminado a espécie, porém, esses animais não apresentaram os sintomas, o que os transformou em hospedeiros.
Exemplar da perereca-do-pacífico. Animal se tornou hospedeiro de fungo mortal para espécies de anfíbios (Foto: Divulgação/Joyce Gross)
“Nós descobrimos que a grande maioria de exemplares desta espécie não morreram, mesmo com níveis surpreendentemente altos de infecção”, afirma Natalie Reeder, que conduziu a pesquisa para a Universidade Estadual de San Francisco, na California.
A espécie é uma das mais comuns na costa Oeste da América do Norte. Os pequenos sapos variam de cor e são comuns em quintais urbanos, parques e outros habitats remotos. Entretanto, sua abundância e mobilidade os torna perigosamente eficazes em espalhar o fungo.
perereca do pacífico (Foto: Divulgação/Joyce Gross)

Polícia apreende lagarto-jacaré da Amazônia na fronteira da Bulgária

   Autoridades da Bulgária apreenderam 127 exemplares de animais exóticos na fronteira com a Sérvia nesta segunda-feira (12). Entre eles, estavam lagartos-jacarés, que são uma espécie típica da Floresta Amazônica, encontrada no Brasil e também na Guiana, Peru, no Equador e na Colômbia.


Típicos da Floresta Amazônica, lagartos-jacaré tiveram que enfrentar a neve (Foto: AFP) 




   Também foram encontrados outros tipos de lagartos, cobras píton, camaleões, tartarugas, lagartixas, sapos, lesmas e um escorpião.
   Os animais foram encontrados em malas entre os bancos de um ônibus de turismo comum que ia da República Tcheca até a Bulgária. Um homem foi preso. Os animais foram entregues ao zoológico da capital do país, Sofia.

Golfinhos encalham e morrem no litoral de Alagoas


Voluntários tentam resgatar golfinho-rotador encalhado em Maceió (Foto: Instituto Biota/Divulgação) 
   Dois golfinhos foram encontrados encalhados no litoral de Alagoas desde a última sexta-feira, segundo informações da organização não governamental Instituto Biota. Nos dois casos, o resgate não teve sucesso e os animais morreram
   No domingo, um golfinho-rotador (Stenella longirostris) jovem encalhou na praia do Pontal da Barra, em Maceió, por volta de 15h. Durante uma hora, voluntários do Biota tentaram resgatar o animal de 1,80 m, que não resistiu e morreu no local.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Cicatrizes ambientais


Nuvens de espuma geradas por resíduos de bauxita em fábricas de alumínio, manchas vermelhas de derramamento de óleo nos oceanos e tons gritantes de um verde liberado pela produção de fertilizantes na água de rios são algumas das imagens captadas pelo olhar fotográfico norte-americano J. Henry Fair.

A ideia de transformar cenas dantescas de degradação ambiental em imagens que lembram verdadeiras telas impressionistas surgiu quando Fair coincidentemente viajou de avião sobre a área de uma usina cujo vapor se alinhava harmonicamente à sinuosidade de um rio. O projeto, iniciado no ano 2000, virou marca do artista, que, só em 2011, levou oito exposições a quatro países. “Sempre fui fascinado pela relação entre indústria, ruínas e meio ambiente, até perceber que poderia captá-la do alto e, finalmente, expressar minha preocupação ambiental como artista”, conta Fair.
Desde então, virou um exímio pesquisador de situações que denunciem (com beleza e um quê de poesia) a real amplidão do impacto de indústrias sobre grandes áreas da superfície terrestre. E prova que a arte também pode ser um instrumento de denúncia capaz de abrir uma fenda nova em nossas perspectivas e padrões, tornando-se capaz de mudar nosso olhar.

Corais podem se adaptar a mudanças climáticas


A primeira imagem mostra uma inesperada sobrevivência de corais de crescimento rápido na Malásia, durante o aquecimento das águas verificado em 2010. Já a segunda imagem retrata efeitos devastadores do aumento de temperatura nos corais da Indonésia. (Foto: Divulgação / UNSW)Espécies de corais do sudeste asiático podem ter se adaptado a um aquecimento das águas ocorrido em 1998,  Elas teriam resistido melhor a uma nova elevação de temperatura verificada em 2010.
"Isto é polêmico porque muitos cientistas acreditam que os corais exauriram suas capacidades de adaptação ao estresse térmico".
Cientistas analisaram três pontos de corais, sendo um na Indonésia, um na Malásia e outro em Cingapura.
Na Indonésia, o aumento da temperatura do oceano em 2010 teria provocado a morte de 90% das colônias de coral de crescimento rápido. Isto é considerado uma consequência normal do aquecimento no desenvolvimento dos corais e tem levado cientistas a prever que as espécies de crescimento lento terão mais sucesso no futuro.
Mas em Cingapura e na Malásia o aquecimento teve um efeito contrário: corais de crescimento rápido se mantiveram saudáveis e pigmentados. 
"As populações de coral que calcificaram durante o último grande aquecimento, em 1998, se adaptaram ou se aclimatizaram ao estresse climático", disse Guest.
No entanto, a descoberta não significa que as ameaças do aquecimento global para os corais diminuíram. Segundo ele, deve haver um limite para a adaptação térmica. Além disso, uma elevação de temperatura poderia impactar a saúde reprodutiva e o crescimento dos corais.
Fonte

domingo, 11 de março de 2012

Pesquisadora quer opinar sobre nova base na Antártida


  A coordenadora do programa de pós-graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Lucélia Donatti, pediu hoje que o governo brasileiro ouça os pesquisadores do programa antártico, caso leve adiante a intenção de reconstruir a Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz, consumida por incêndio na madrugada de sábado. Ela é a orientadora da equipe paranaense, formada por cinco pesquisadoras, que estava na estação. A UFPR participa do programa desde 1984.
  "O tempo de reconstrução não importa muito, depende mais de vontade política e de aporte financeiro", disse Lucélia, que já esteve várias vezes no continente antártico. "A comunidade científica tem que ser ouvida, pois precisamos de uma estação com características de competitividade". O maior lamento da pesquisadora, que acompanha o programa antártico desde 1996, vai para as perdas nas pesquisas da alteração climática sobre os peixes. "Dentro do trabalho, o pesquisador sabe que vai impactar de certa forma o meio ambiente, e esse material que foi retirado se perdeu sem sentido algum", disse.
  A doutoranda em Biologia Celular e Molecular, Cintia Machado, que estava na estação no momento do acidente, afirmou que, em janeiro, logo que chegou ficou sabendo do afundamento de uma chata com 10 mil litros de óleo combustível, ocorrido em dezembro. "Estava sendo monitorado pela Marinha", salientou. "Eles estudavam como iriam tirá-la de lá." Ela também afirmou que, tão logo chegaram, participaram de uma palestra sobre como agir em incêndio ou outra adversidade. "Estamos bem porque há esse treinamento", explicou.
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sábado, 10 de março de 2012

Você está poluindo (19%) mais


O Brasil começou a queimar mais carvão, óleo diesel e gás natural. Isso significa que, sem mudar nada na sua vida, você̂ já́ está emitindo mais CO2.


O Brasil sempre se orgulhou de gerar energia limpa. Mas nos últimos anos, esse cenário mudou um pouco. Isso porque o governo investiu em usinas termelétricas, que são mais baratas e rápidas de construir, mas possuem uma grande desvantagem – como são movidas a carvão, gás ou derivados de petróleo, emitem muito mais CO2 que as hidrelétricas (que geram uma quantidade pequena desse gás, vindo do apodrecimento de plantas nas regiões alagadas pela usina). Resultado: hoje, a eletricidade que você usa na sua casa gera aproximadamente 19% mais CO2 do que há dez anos atrás (veja no infográfico).
“Se o Brasil tivesse um ano com poucas chuvas, os apagões seriam constantes. Daí a necessidade de investir em outras formas de produzir energia”, diz um aluno do Grupo de Estudos do Setor Energético da UFRJ.
Para diminuir o impacto das termelétricas, em 2009 entrou em vigor uma norma que obriga novas usinas a óleo ou carvão a compensar 25% de suas emissões plantando árvores (ou financiando projetos de energia limpa).


Insetos podem ter personalidade, indica pesquisa com abelhas

Abelha é vista se aproximando de um girassol em Tancabesti, na Romênia. (Foto: Vadim Ghirda/AP)
 A colmeia não é formada apenas por abelhas trabalhadoras, dispostas a realizar qualquer atividade para servir à rainha e ficar perto da colmeia. Algumas delas desejam viver aventuras e procuram um pouco de emoção, de acordo com estudo publicado nesta quinta-feira (8) na revista científica "Science". Isto seria um indício de que os insetos também têm personalidade, afirma a pesquisa. A descoberta foi feita por cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, que verificaram que o desejo e a disposição para realizar tarefas específicas diferem entre as abelhas. Eles se dedicaram a dois tipos de comportamento que parecem estar relacionados com a busca por novidades: a procura por novos abrigos e a realização de trajetos mais longos e mais afastados da colmeia para encontrar alimento.

   Quando a colmeia cresce muito e ultrapassa seus limites, o grupo se divide e parte dele precisa buscar um novo lar. Apenas cerca de 5% das abelhas assumem esta responsabilidade e, segundo os cientistas, elas são três vezes mais propensas a se tornarem caçadoras de alimento em longas distâncias. Elas foram chamadas de escoteiras. Já outras abelhas apresentam tendência de ficar mais próximas da colmeia e a não deixar o grupo.

Cientistas chamam atenção para futuro dos oceanos


A conferência anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS) foi realizada de 16 a 20 de fevereiro em Vancouver. Não por acaso, diversos relatos de pesquisas relevantes sobre a vida e o futuro dos oceanos foram apresentados durante o encontro e chamaram a atenção do público em geral e especialmente da comunidade local.
Uma das exposições de grande repercussão foi a de James Hansen. Segundo ele, o uso intensivo de combustíveis fósseis e o consequente aumento das temperaturas médias dos oceanos podem levar, entre outras consequências, a elevações de vários metros do nível dos oceanos e à extinção de entre 20% e 50% das espécies do planeta.
A elevação do nível dos mares coloca em risco a própria existência física de cidades em áreas costeiras de baixa altitude, como é o caso de Vancouver, entre muitas outras. O fenômeno é intensificado pelo derretimento de parte das calotas polares, também decorrente do aquecimento global, especialmente em regiões mais próximos dos polos, como também é o caso da cidade canadense.
O alerta de Hansen, uma das grandes estrelas da reunião da AAAS, teve, portanto, grande impacto na opinião pública da cidade anfitriã da conferência, inclusive porque suas autoridades públicas tomaram recentes decisões que seguem na contramão das advertências do cientista.
Menos célebre do que Hansen, mas também muito respeitado na comunidade científica internacional, Villy Christensen, professor da Universidade da Colúmbia Britânica, apresentou resultados iniciais, mas impressionantes, de seu projeto Nereus, cujo nome homenageia o deus grego que previa o futuro e morava no mar Egeu.
Segundo Christensen, as melhores estimativas atuais são de que há nos oceanos cerca de 2 bilhões de toneladas de peixe, ou seja, cerca de 300 quilos para cada habitante do planeta. No entanto, pelo menos metade disso está em zonas muito profundas dos mares, é constituída de espécies pequenas demais em tamanho e, por isso, é inviável para exploração comercial e consumo humano.
E na outra metade, de peixes que medem pelo menos 90 centímetros e são apropriados para alimentação de pessoas, houve um declínio da biomassa de 55% de 1970 até agora. “É uma mudança dramática e global”, disse.
Christensen defendeu que se invista mais em pesquisa sobre a vida marinha e especialmente sobre o impacto do aquecimento global sobre ela para que decisões políticas apropriadas possam ser tomadas, mas – apesar da necessidade de mais estudos – ele acha que o que já se sabe é suficiente para muita preocupação com o futuro.
Por exemplo, há a previsão de que o aumento da temperatura das águas vai fazer com que muitas espécies de animais marinhos procurem as águas mais frias das regiões mais próximas dos polos, o que poderia beneficiar os habitantes dessas áreas.
Mas William Cheung, que trabalha no mesmo projeto Nereus, argumenta que essa conclusão otimista pode ser apressada e errada: diferenças de quantidade de oxigênio em águas frias e quente e a crescente acidificação dos oceanos, outra consequência das mudanças climáticas, também comprometem negativamente a produtividade marítima.
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sexta-feira, 9 de março de 2012

Nascimento de condor ameaçado será acompanhado ao vivo nos EUA

Funcionário do zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, segura ovo de condor-da-california, que começou a ser rompido nesta quinta-feira (8). (Foto: San Diego Zoo, Tammy Spratt/AP)

  Nos próximos dois dias, o zoológico de San Diego, na Califórnia, Estados Unidos, espera ansiosamente o nascimento de um filhote de condor-da-california (Gymnogyps californianus), que será acompanhado ao vivo por câmeras instaladas por uma organização ambiental.
  A casca começou a ser rompida pelo filhote nesta quinta-feira (8), de acordo com especialistas do local, e por isso o ovo será colocado junto aos pais condores, Sisquoc e Shatash. De acordo com o zoológico, os espécimes adultos cuidavam até então de ovos postiços, feitos artesanalmente com madeira. 

quinta-feira, 8 de março de 2012

Plantas e animais de outros continentes ameaçam invadir Antártida

  As regiões periféricas da Antártida estão sendo invadidas por plantas e animais que não são originários do continente, cientistas constataram.
  Especialistas analisaram roupas e botas de turistas e cientistas que visitaram o continente e verificaram que a maioria continha sementes de plantas que eram trazidas provavelmente dos locais de embarque fora da Antártida.
  Plantas alienígenas já crescem na Península Antártica, que vem se aquecendo rapidamente.
  Em artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, a equipe disse que é provável que essas plantas se alastrem pelo continente à medida que o clima do planeta se aquece.
Como resultado, a singular paisagem local, ainda intocada pelo homem, pode acabar coberta por ervas daninhas, ratos, pardais e grama.

terça-feira, 6 de março de 2012

Visitantes levam espécies invasoras para Antártica



Turistas e cientistas que passam pela Antártica podem ter levado espécies de plantas invasoras, sem querer, que ameaçam a biodiversidade local.
Os visitantes teriam carregado, sem saber, sementes minúsculas de seus locais de origem.

Entre 2007 e 2008, pelo menos 2.600 sementes de espécies não-nativas foram encontradas na região antártica pela equipe de Steven Chown, da Universidade de Stellenbosch.
De acordo com a equipe, apesar das condições climáticas extremas da Antártica, algumas espécies invasoras já estão se estabelecendo no oeste da Península Antártica – onde o clima é mais ameno. O medo é que, com as mudanças climáticas, o ambiente na região fique mais quente e essas espécies possam alterar os ecossistemas locais.


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A Floresta mais devastada: Mata Atlântica

   A Mata Atlântica se estende por toda a costa atlântica brasileira, partes do Paraguai, Argentina e Uruguai, incluindo ilhas oceânicas e o arquipélago de Fernando de Noronha. Começando com o ciclo da cana-de-açúcar, seguido das plantações de café, a região vem sendo desmatada há centenas de anos. Agora, a Mata Atlântica está enfrentando pressão da crescente urbanização e industrialização do Rio de Janeiro e São Paulo. Mais de 100 milhões de pessoas, além da indústria têxtil, agricultura, fazendas de gado e atividade madeireira da região dependem do suprimento de água doce do que resta da floresta. Resta 8% do hábitat original.


   Em 1500, quando a esquadra de Pedro Álvares Cabral aportou no Brasil, a Mata Atlântica cobria 13% de todo o território nacional. Ao mesmo tempo em que o País começava a ser colonizado, iniciava-se, também, o processo de desmatamento da Mata Atlântica.

  Hoje, mais de 500 anos depois, existe apenas 7% da vegetação de mata atlântica original.  Esse tipo de vegetação é extremamente importante por causa de sua biodiversidade. “As pessoas quando pensam em vegetação e florestas no Brasil, logo se lembram da Amazônia.

  A mata atlântica é mais antiga que a Amazônia e, por isso, tem um número de espécies bem maior que dela depende”, disse a professora Waverli Neuberger .

  O desmatamento ocorreu de maneira mais intensa há dois séculos, mas no final do século 20 ainda ocorria de maneira acelerada: No Espírito Santo e no Sul da Bahia, a mata foi devastada do final da década de 70 até a década de 90.

 O ritmo de devastação é, hoje, mais lento que no passado. Mesmo assim, uma área equivalente a um campo de futebol é derrubada a cada quatro minutos, segundo a Fundação S.O.S. Mata Atlântica.


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segunda-feira, 5 de março de 2012

Entrevista com Liana Lima, Bióloga do Jardim Botânico


Eco News entrevistou uma bióloga. Uma experiência maravilhosa e que trouxe várias aprendizagens.


Com a palavra, a bióloga.
Veja trechos da entrevista, com Liana, bióloga do Jardim Botânico.

Eco News: Por que você se interessou por ecologia?
Liana Lima: Eu desde pequena sempre quis trabalhar com os animais, na verdade eu queria ser veterinária. Quando eu tinha seis anos eu falei pra minha mãe que queria ser veterinária, cuidar de animais de grande porte, animais silvestres. Porém, não foi bem assim. Não consegui passar no vestibular público e acabou que fui para uma faculdade particular fazer biologia, e vi que biologia é muito mais legal que veterinária. Minha área é mesmo essa, essa é minha paixão mesmo, pela natureza, ajudar a conservar o que a gente tem. O Brasil e o Rio de Janeiro, que são tão ricos em biodiversidade, então eu só batalho aí.

Eco News: Há quantos anos você trabalha com biologia?
Liana Lima: Então, eu entrei na faculdade em 2007, no primeiro semestre, me formei agora em 2011 no último semestre, no final do ano e estou cinco anos nisso aí. Desde que eu entrei eu trabalhei em algumas áreas da biologia. A primeira foi herbários e agora com plantas, plantas medicinais Depois eu trabalhei na minha faculdade mesmo, com a alimentação de peixe, e depois com Bagre do Guapimirim. E após trabalhei com taxidermia, que é empalhar bicho, dissecar... Montagem de ossos e depois eu vim aqui para o Jardim.


Eco News: O que você faz aqui?
Liana Lima: Assim eu trabalho com macacos, com aqueles saguis, com micos-estrela, a minha vida é a Primatologia, primatologia para quem não sabe é o estudo dos macacos, primatas. Nós somos os primatas humanos e eles primatas não-humanos. E eu fiz um intercâmbio para Portugal para poder me especializar nessa área, de Primatologia e Estudo do comportamento, que eu trabalho sobre o comportamento social dos macacos, do que eles fazem, como se interagem, ao mesmo tempo o que eles comem, por onde andar, onde dormem...


Eco News: Que conselho você dá para quem quer ser bióloga?
Liana Lima: Então, eu sou suspeita para falar, porque eu amo muito o que eu faço, sou completamente apaixonada por biologia e que eu não faria outra coisa. Então meu conselho é que a pessoa nunca vá fazer a faculdade forçada, porque assim é muito difícil, tem que estudar muito, não é biologia do ensino médio, é bem mais difícil, é mais complexo. E assim, aqui no Rio de Janeiro o campo não é muito aberto, você fala que é Biólogo, as pessoas perguntam se é professor, e eu tenho que explicar que eu sou pesquisadora. E aqui a gente estuda a fauna, a gente estuda a conservação da fauna do daqui onde eu trabalho, assim os animais chegam aqui a gente cuida até ele ficar bom e voltar para a natureza, então é um trabalho para a gente, e é muito recompensante, então quem quiser ir na área eu recomendo ir fundo, porque depois tem que ter muito amor para continuar. Porque até os campos, as pessoas tem muita dificuldade, porque o governo não dá muito investimento. 


Eco News: Você tem certa dificuldade quando estudava biologia?
Liana Lima: Dificuldade só de achar estágio remunerado, e essa dificuldade até hoje depois de formada. E tem pessoas que ainda tem mais, mas na minha área é ainda mais difícil trabalhar com animal de grande porte. E as pessoas não dão muito valor, elas dizem “Ah vai trabalhar com plantinha, com bichinho.” E acha que não é nada, mas não é assim, eu acho que é o emprego mais importante, que o mundo mais precisa é o biólogo, para mim o biólogo é mais importante que qualquer outra profissão porque cuida do meio ambiente que cuida da vida e a vida engloba tudo. E agora que esta chegando a moda de ser sustentável, e eu espero que de uma força para os estudantes que estão por aí. E a única dificuldade, eu acho que é a pressão psicológica, muitos trabalhos, muitas matérias.

Eco News: Você pode contar um pouco da sua história na Europa?
Liana Lima: Eu fiz duas matérias por lá, uma foi primatologia que estuda primatas do mundo inteiro e biologia do comportamento, que é o comportamento animal deles, é bem focado pra isso. Bom, pra mim foi experiência única de vida. Para quem nunca tinha viajado de avião e saído do rio de Janeiro e ir direto para Portugal direto foi incrível. Eu fui muito bem recebida lá, eu fui sozinha. A faculdade tem toda uma estrutura pra quem vai fazer intercâmbio, e foi um máximo pra mim de experiência na área em parte teórica.

Eco News: Porque não pode alimentar os animais?
Liana Lima: Não pode alimentar porque são espécies exóticas, não são do nosso bioma, eles se reproduzem muito rápido, eles são muito generalistas adaptáveis, então tudo o que dão para comer eles irão aceitar. A principal refeição deles é a goma, é como uma seiva bruta que tem na árvore. A segunda refeição seriam os insetos, e banana é uma fruta exótica, não é do Brasil, que nem a Jaca, não é do Brasil. E não se pode alimentar porque se você for lá e der um biscoito, e esse biscoito além de possuir muito açúcar, e ele estiver mordido e a pessoa que mordeu estiver resfriada ou até mesmo com herpes, poderá aumentar a glicose e causando diabetes, e até leva-lo a morte.


Eco News: Além dos macacos, quais outros animais que você gostaria de estudar? Algum seria aquático?
Liana Lima: Eu entrei na faculdade querendo ou estudar biologia marinha, trabalhar com baleias, ou trabalhar com felinos de grande porte, como onça pintada. Essas são duas áreas bem difíceis de ser estudada porque a onça raramente você vê, e a baleia você raramente vê também.  Assim, eu tentei, mandei meu currículo para dois projetos pro “baleia franco” e pro “baleia jubarte” que estavam aqui no Brasil, mas num fui aceita. É aquilo assim, eu até penso em um dia talvez ir para outra área, mas eu sou completamente apaixonada por primatas e que os estudos dos macacos é muito próximo a nós. Eu estudo o comportamento, e da pra perceber que realmente que nós viemos deles, eles são a base do nosso comportamento, e isso é muito interessante pra mim, pro meu estudo. Então, se eu fosse estudar outra coisa eu estudaria felinos de grande porte, da África.

Eco News: Algum animal já morreu na sua mão?
Liana Lima: Mais ou menos, assim, animal selvagem, na minha mão não, mais já aconteceu de eu estar cuidando e eu sair e quando voltar ele está morto.

Eco News: Você já cuidou de um animal desde pequeno?
Liana Lima: Já.Eu já cuidei de uma coruja que chegou pequeninha para a gente quase que não voando e ela se reabilitou, nós soltamos antes do Carnaval. Ela saiu voando e isso foi bastante recompensante.