terça-feira, 22 de maio de 2012
Criação de parque nacional pode proteger Gandarela da mineração
A Serra do Gandarela, localizada em uma das mais ricas áreas verdes da Estrada Real, onde estão reunidos alguns dos principais pontos de captação de água da região metropolitana de Belo Horizonte, está prestes a se tornar um Parque Nacional. A medida poderá afetar a viabilidade do Apolo, projeto de mineração da Vale na região. Com área total de 35 mil hectares, o parque abrangeria os municípios de Santa Bárbara, Caeté, Rio Acima e Raposos, em Minas Gerais. Durante a “Expedição Miramundos: Estrada Real 2012”, pudemos observar a forte atividade mineradora de diferentes empresas em muitas das cidades pelas quais passamos. E vimos também que esta presença intensa divide a opinião dos moradores locais. Apesar de perceberem o impacto na paisagem, eles são beneficiados, por outro lado, pelas oportunidades de empregos gerados.
Esta causa, que há cerca de dois anos vem sendo defendida (entenda aqui os argumentos de defesa) por ONGs e representantes da sociedade civil das cidades envolvidas, ganhou recentemente um forte aliado: o Governo do Estado de Minas Gerais. Após passar por uma série de consultas públicas, o processo irá agora para Casa Civil federal, que por sua vez irá receber o parecer do ICMBio para então compartilhá-lo com representantes dos ministérios do Meio Ambiente e Minas e Energia e, por fim, encaminhá-lo para a apreciação e assinatura da presidenta Dilma Rousseff.
Segundo Ademir Martins, membro do comitê da bacia hidrográfica do Rio das Velhas e um dos primeiros a propor o projeto, a criação do parque representa a proteção de toda aquela área verde e beneficiará com isso a ciência. “Além de manter a paisagem intocada, este verdadeiro laboratório a céu aberto será preservado, já que a Serra do Gandalera é muito visitada por estudantes e biólogos que realizam pesquisas de campo na região”, declarou Martins, que acredita que os recursos hídricos da serra representem 60% do abastecimento de Belo Horizonte.
Na opinião de Roberto Vámos, ambientalista da Brasil/S e consultor ambiental da Miramundos, o embate sobre esta questão entre empresa mineradora e ONGs não é um simples conflito entre aqueles que buscam desenvolvimento econômico e aqueles que querem preservar a natureza. “
Ainda de acordo com o ambientalista, a riqueza da Gandarela não está no minério, mas sim no bem-estar que sua preservação proporcionará à população de toda a região à gerações futuras.
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