Nuvens de espuma geradas por
resíduos de bauxita em fábricas de alumínio, manchas vermelhas de derramamento
de óleo nos oceanos e tons gritantes de um verde liberado pela produção de
fertilizantes na água de rios são algumas das imagens captadas pelo olhar
fotográfico norte-americano J. Henry Fair.
A ideia de transformar cenas dantescas
de degradação ambiental em imagens que lembram verdadeiras telas
impressionistas surgiu quando Fair coincidentemente viajou de avião sobre a
área de uma usina cujo vapor se alinhava harmonicamente à sinuosidade de um
rio. O projeto, iniciado no ano 2000, virou marca do artista, que, só em 2011,
levou oito exposições a quatro países. “Sempre fui fascinado pela relação entre
indústria, ruínas e meio ambiente, até perceber que poderia captá-la do alto e,
finalmente, expressar minha preocupação ambiental como artista”, conta Fair.
Desde então, virou um exímio
pesquisador de situações que denunciem (com beleza e um quê de poesia) a real
amplidão do impacto de indústrias sobre grandes áreas da superfície terrestre.
E prova que a arte também pode ser um instrumento de denúncia capaz de abrir
uma fenda nova em nossas perspectivas e padrões, tornando-se capaz de mudar
nosso olhar.
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