segunda-feira, 12 de março de 2012

Cicatrizes ambientais


Nuvens de espuma geradas por resíduos de bauxita em fábricas de alumínio, manchas vermelhas de derramamento de óleo nos oceanos e tons gritantes de um verde liberado pela produção de fertilizantes na água de rios são algumas das imagens captadas pelo olhar fotográfico norte-americano J. Henry Fair.

A ideia de transformar cenas dantescas de degradação ambiental em imagens que lembram verdadeiras telas impressionistas surgiu quando Fair coincidentemente viajou de avião sobre a área de uma usina cujo vapor se alinhava harmonicamente à sinuosidade de um rio. O projeto, iniciado no ano 2000, virou marca do artista, que, só em 2011, levou oito exposições a quatro países. “Sempre fui fascinado pela relação entre indústria, ruínas e meio ambiente, até perceber que poderia captá-la do alto e, finalmente, expressar minha preocupação ambiental como artista”, conta Fair.
Desde então, virou um exímio pesquisador de situações que denunciem (com beleza e um quê de poesia) a real amplidão do impacto de indústrias sobre grandes áreas da superfície terrestre. E prova que a arte também pode ser um instrumento de denúncia capaz de abrir uma fenda nova em nossas perspectivas e padrões, tornando-se capaz de mudar nosso olhar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário